Professor do UniSL ministra curso sobre epidemiologia aplicada a investigação de surtos em Moçambique na África
Convidado pela Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (ProEpi), o professor Rui Rafael Durlacher esteve em Moçambique para ministrar um curso sobre Epidemiologia Aplicada a Investigação de Surtos.
Médico infectologista atuante na área de Medicina Tropical, há mais de 20 anos na região Amazônica, ele conta que nesse período fez o EPISUS, um curso de dois anos em Epidemiologia de Campo, parceria da Secretaria de Vigilância em Saúde – SVS, do Ministério da Saúde com o Centro de Controle de Doenças - CDC de Atlanta. Desde então está cadastrado na rede da ProEpi, que mediou o projeto.
“Faço parte da ProEpi, que tem como associados, além dos epidemiologistas de campo, outros profissionais da área da saúde que têm interesse pelo tema no Brasil e no mundo. O convite surgiu baseado na minha experiência como médico e professor universitário atuando na região amazônica em assistência, ensino e pesquisa em Medicina Tropical”, conta.
Ele explica que o FETP – Field Epidemiology Training Program existe em mais de 50 países e um deles é Moçambique, onde os profissionais trabalham na análise de dados de vigilância em saúde e na investigação de surtos de doenças emergentes. Diante dos problemas de saúde no país, Moçambique pediu auxílio ao CDC de Atlanta que indicou que brasileiros formados no EPISUS (FETP do Brasil) ministrassem o treinamento.
“Aceitei o convite e, juntamente com outra epidemiologista formada pelo EPISUS, embarcamos para essa troca de experiências e muitos conhecimentos. Moçambique fica em uma região da África onde ainda há doenças que no Brasil estão controladas, tais como poliomielite, cólera, raiva humana, além de outras que lá ainda permanecem como grave problema de saúde pública, como malária, tuberculose e HIV/Aids. Treinamos os profissionais da capital e das províncias para análise de dados e tomada de decisões, com foco em medidas de prevenção e controle em relação a essas doenças tropicais”, ressalta.
O professor credita boa parte do sucesso do treinamento aos conhecimentos metodológicos que adquiriu como professor da disciplina de Atenção Primaria à Saúde e coordenador adjunto do curso de Medicina do Centro Universitário São Lucas. “Usei parte do que aprendi e tenho tido a oportunidade de aprimorar aqui no UniSL sobre as metodologias ativas para ministrar o curso em Moçambique, e a impressão foi bastante positiva pois além do resultado satisfatório da avaliação durante e ao final do curso, recebemos convite para outros projetos e novos cursos”, finaliza.